Servidores do
Ministério da Saúde participaram nesta segunda-feira (2/10) do Seminário
Estadual de Saúde dos Trabalhadores no Combate às Endemias. O seminário foi
realizado na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, e
debateu formas de se vencer o maior inimigo desses servidores: os agrotóxicos.
Desde 2008 o
Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, o que traz lucros milionários
para a indústria agrícola e prejuízos irreversíveis para o solo e a saúde de
milhões de trabalhadores expostos diariamente aos agrotóxicos, entre eles os
agentes de saúde pública, principalmente os guardas de endemias que manuseiam
substâncias químicas contra os mosquitos causadores de doenças como a dengue.
Durante o
debate representantes de sindicatos, centrais sindicais, conselhos de saúde,
universidades, Fiocruz, Ministério Público do Trabalho e OAB apontaram o risco
que a população corre com o crescente uso dos agrotóxicos incentivado pelo
governo golpista, que tenta até mesmo trocar o nome de “agrotóxico” para “defensivos
fitossanitários”, e a necessidade da população abraçar a luta contra eles.
Marcos
Diniz, servidor do Ministério da Saúde e diretor da Secretaria Jurídica do
Sintrasef, viu o seminário como um “chamamento a todos os servidores e
sindicatos para discutir esse manuseio dos agrotóxicos pelos servidores que
trabalham no controle de endemias”. Diniz adiantou que um dos objetivos do
Sintrasef “é organizar um fórum estadual nessa área, junto a outros sindicatos,
para fazermos seminários e levarmos a todos esse combate aos agrotóxicos”. Para
ele, esse fórum terá o papel de cobrar pontos específicos da luta contra os
agrotóxicos, como por exemplo o Equipamento Individual de Proteção (EPI), “que
apesar da lei, hoje os agentes de combate è endemias não têm!”.
Agenda comum
Pesquisador
em saúde pública da Fiocruz e um dos participantes da mesa de debates, Luiz
Meirelles chamou a atenção para a necessidade de servidores e a população unirem-se
em uma agenda para se lutar contra os agrotóxicos. Os principais pontos dessa
agenda são: não mudar a legislação dos agrotóxicos; implementar atividades de
controle como monitoramento, acompanhamento, tratamento e geração de dados das
intoxicações; e garantir o direito à informação sobre os perigos que os
trabalhadores estão expostos.
Para ele, os
métodos para se fazer essa agenda caminhar são “a ampliação da participação em
fóruns municipais, estaduais e nacionais para se enfrentar as perdas na
legislação relacionada à defesa da saúde da população”.
Nessa
atuação Luiz vê uma participação fundamental dos sindicatos ao “discutir com os
definidores da política de combate ao mosquito Aedes Aegypti que produtos
utilizar e como utilizar, pois muita informação já foi gerada e há várias
experiências bem sucedidas para melhorar o trabalho sem contaminações e
prejuízos ao trabalhador e as residências que recebem as substâncias”. (2/10/17)
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