segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Saúde: seminário une guardas de endemias na luta contra agrotóxicos

Servidores do Ministério da Saúde participaram nesta segunda-feira (2/10) do Seminário Estadual de Saúde dos Trabalhadores no Combate às Endemias. O seminário foi realizado na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, e debateu formas de se vencer o maior inimigo desses servidores: os agrotóxicos.
Desde 2008 o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, o que traz lucros milionários para a indústria agrícola e prejuízos irreversíveis para o solo e a saúde de milhões de trabalhadores expostos diariamente aos agrotóxicos, entre eles os agentes de saúde pública, principalmente os guardas de endemias que manuseiam substâncias químicas contra os mosquitos causadores de doenças como a dengue.
Durante o debate representantes de sindicatos, centrais sindicais, conselhos de saúde, universidades, Fiocruz, Ministério Público do Trabalho e OAB apontaram o risco que a população corre com o crescente uso dos agrotóxicos incentivado pelo governo golpista, que tenta até mesmo trocar o nome de “agrotóxico” para “defensivos fitossanitários”, e a necessidade da população abraçar a luta contra eles.
Marcos Diniz, servidor do Ministério da Saúde e diretor da Secretaria Jurídica do Sintrasef, viu o seminário como um “chamamento a todos os servidores e sindicatos para discutir esse manuseio dos agrotóxicos pelos servidores que trabalham no controle de endemias”. Diniz adiantou que um dos objetivos do Sintrasef “é organizar um fórum estadual nessa área, junto a outros sindicatos, para fazermos seminários e levarmos a todos esse combate aos agrotóxicos”. Para ele, esse fórum terá o papel de cobrar pontos específicos da luta contra os agrotóxicos, como por exemplo o Equipamento Individual de Proteção (EPI), “que apesar da lei, hoje os agentes de combate è endemias não têm!”.

Agenda comum

Pesquisador em saúde pública da Fiocruz e um dos participantes da mesa de debates, Luiz Meirelles chamou a atenção para a necessidade de servidores e a população unirem-se em uma agenda para se lutar contra os agrotóxicos. Os principais pontos dessa agenda são: não mudar a legislação dos agrotóxicos; implementar atividades de controle como monitoramento, acompanhamento, tratamento e geração de dados das intoxicações; e garantir o direito à informação sobre os perigos que os trabalhadores estão expostos.
Para ele, os métodos para se fazer essa agenda caminhar são “a ampliação da participação em fóruns municipais, estaduais e nacionais para se enfrentar as perdas na legislação relacionada à defesa da saúde da população”.
Nessa atuação Luiz vê uma participação fundamental dos sindicatos ao “discutir com os definidores da política de combate ao mosquito Aedes Aegypti que produtos utilizar e como utilizar, pois muita informação já foi gerada e há várias experiências bem sucedidas para melhorar o trabalho sem contaminações e prejuízos ao trabalhador e as residências que recebem as substâncias”. (2/10/17)          
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