Servidores públicos, centrais
sindicais, trabalhadores de diversas categorias, estudantes e movimentos
sociais marcharam da Candelária até a Cinelândia contra a reforma da
Previdência, o desmonte do Estado e a retirada de direitos nesta sexta-feira
(31/3). O governo ilegítimo de Temer, junto com seu conluio no senado federal e
no congresso nacional, quer aprovar a proposta de fim da aposentadoria, mas já
trabalha internamente com um calendário mais extenso de tramitação, com a
possibilidade de votação da reforma da Previdência no segundo semestre de 2017.
O objetivo dos trabalhadores agora é construir a greve geral para o dia 28 de
abril e fortalecer a resistência contra as mudanças na Previdência.
Provando seu objetivo de destruir os
direitos conquistados pelos trabalhadores, no mesmo dia em que milhares estavam
nas ruas contra a reforma da Previdência o presidente ilegítimo Michel Temer
sancionou a lei da terceirização em todas as atividades nas empresas, um dos
pontos da reforma trabalhista que o governo também quer implementar no país. A
terceirização permite que um professor, médico ou motorista de ônibus seja
contratado sem vínculo com a empresa, o que comprovadamente piora o salário e o
desempenho desse profissional, prejudicando a população. “A classe trabalhadora
não quer a terceirização. A terceirização existiu durante 20 anos na Rússia e
foi retirada porque prejudicava o desenvolvimento do país, você imagina em um
país igual o Brasil, que não tem um nível de organização industrial como a Rússia,
o que vai acontecer?”, indagou Milton Madeira coordenador de políticas
sindicais do Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ (Sintufrj).
A greve do dia
28 de abril contra a tentativa do governo golpista de jogar o país no atraso
contará com a participação efetiva dos servidores, trabalhadores de diversos
setores e a população em geral. “Querem enfiar mais uma reforma goela
abaixo da sociedade. Eu, por exemplo, estou com 48 anos e já passei por quatro
reformas da Previdência. Só que essa é a pior reforma que já existiu, essa mexe
com toda a sociedade e coloca os trabalhadores para pagar uma conta que não é
nossa, mas sim do governo. Nós não queremos mais pagar essa conta, nós somos
contra a reforma e vamos continuar indo para as ruas participando dos atos rumo
à greve geral”, disse o diretor do Sintrasef, Carlos Alberto de Oliveira,
servidor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O Sindicato Municipal dos Aeroviários do Rio de Janeiro (Simarj) também
estará na greve geral. “No dia 28 nós vamos parar os dois aeroportos: Santos
Dummont e Galeão. Estamos tentando unir as demandas específicas dos
aeroviários, que são a luta contra a retirada do mecânico de manutenção de
aeronaves e a terceirização indiscriminada sem uma convenção coletiva assinada,
com a luta contra a reforma da Previdência, reforma trabalhista e a
terceirização”, declarou Marcelo Schimdt, diretor do Simarj.