terça-feira, 2 de maio de 2017

Atos de 28 de abril e 1º de maio param o Brasil, trabalhadores devem fazer nova greve geral

O dia 28 de abril amanheceu com terminais de ônibus, aeroportos e barcas vazios devido à greve geral da classe trabalhadora contra o projeto de desmonte dos direitos comandado pelo presidente ilegítimo Michel Temer. O objetivo foi encher as ruas, esvaziar os locais de trabalho e barrar a produção. A greve geral contou com a adesão de mais de 35 milhões de trabalhadores no país todo. Durante ato na Cinelândia, no Rio, os manifestantes foram duramente reprimidos pela PM, que se utilizou de técnicas de armadilha e perseguição para impedir o protesto democrático dos cidadãos.
O servidor do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e diretor do Sintrasef, Dumenil Eliodoro, contou como se deu a repressão policial no ato do Rio, no dia da greve geral da classe trabalhadora. “Nós estávamos aqui em uma manifestação pacífica com crianças, mulheres, pessoas de idade. O poder de segurança nos atacou absurdamente. Nós estamos vivendo uma falsa democracia, nem na ditadura nós vimos essa situação, isso é um absurdo, não podemos admitir. Temos que reagir e dizer cada vez mais ‘fora, Temer’ e fora todos os corruptos que têm destruído o nosso país e tirado todos os nossos direitos como trabalhadores. O povo não vai se curvar, e o povo unido jamais será vencido. Trabalhadores, nós temos que nos unir a cada instante, temos que lutar contra esse sistema de governo corrupto que tem dilacerado os direitos dos trabalhadores”.
No dia 1º de maio, dia internacional do trabalhador, servidores, sindicatos, centrais sindicais, movimentos populares e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo voltaram a ocupar as ruas para dar continuidade à jornada de lutas e protestar contra a violência policial. A manifestação ocorreu na Cinelândia, local transformado em praça de guerra na sexta-feira (28/4).

Centrais reunidas para definir próximos passos

Nesta quinta-feira (4/5), centrais sindicais e movimentos sociais se reunirão em Brasília para discutir os próximos passos. As alternativas são uma marcha de 100 mil pessoas até a capital federal ou uma nova greve geral. Também é possível que ambas as ações aconteçam. Haverá também um diálogo com o Congresso para debater o destino da reforma trabalhista, aprovada na Câmara.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada no domingo (30/4), 89% da população reprovam a atuação do golpista Michel Temer e 71% são contra a reforma da Previdência. “Volto a dizer aos parlamentares, o Temer não tem compromisso com popularidade, porque tem prazo de validade, vamos tirá-lo já ou até outubro. Já os deputados e senadores que quiserem continuar vão ter de ter voto e quem votar nas reformas teremos o prazer de divulgar para que não se reelejam em 2018”, afirmou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

Presos Políticos

No sábado (29/4), a juíza Marcela Filus Coelho decidiu manter a prisão de três militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) detidos durante a greve geral de sexta-feira (28/4), em São Paulo. O pedreiro Luciano Antonio Firmino, o frentista Juraci Alves dos Santos e o motorista Ricardo Rodrigues dos Santos estão sendo acusados por incitação ao crime, incêndio e explosão, baseando-se principalmente na palavra dos PMs.

O representante do MTST, Guilherme Boulos, alertou sobre as medidas de repressão que um governo sem legitimidade pode tomar. “Quando um governo perde condição de governar, recorre à repressão e criminalização contra aqueles que lutam. Os ativistas do MTST foram detidos sob acusação esdrúxula, sem nenhuma prova, e permanecem na carceragem do 63º DP. No sábado, o pedido de liberdade foi negado sob alegação da juíza Marcela Filus Coelho de defesa da ordem pública, algo próprio de regimes de exceção e autoritário que tratam assim os opositores. São presos políticos da greve que devem ser encaminhados ao presídio. Vamos reagir a isso”, disse.
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