quarta-feira, 24 de maio de 2017

Ocupa Brasília: Reportagem especial mostra males das reformas e trabalho de base que levará servidores a derrotá-las

Servidores, sindicatos, centrais sindicais, estudantes, movimentos sociais e a população em geral dão um claro recado ao governo golpista nesses meses de abril e maio: “Não permitiremos as reformas da Previdência e trabalhista!”.
A greve geral convocada pelas centrais sindicais no dia 28 de abril paralisou a cadeia produtiva em todos os estados do país. Milhões de trabalhadores foram às ruas em protestos contra as reformas que não receberam a aprovação dos brasileiros nas urnas e são empurradas goela abaixo da população pelo governo ilegítimo. A violência policial promovida pelo governo, principalmente no Rio de Janeiro, não intimidou a população, que voltou às ruas no 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador, e confirmou que lutará incansavelmente até que essas e outras reformas sejam arquivadas.

Brasília ocupada

O mês de maio segue com ocupações, protestos e resistência contra os diversos ataques golpistas (ingerências em órgãos públicos, fim de programas educacionais e sociais, assinaturas de acordos suspeitos que colocam em risco riquezas naturais do país). Ciente que a população junta forças para impedir as reformas, o governo acelera a tramitação delas e tentará votar a reforma da Previdência entre os dias 24 e 31 de maio na Câmara dos Deputados. Não conseguirão!
Servidores estão saindo de diversos pontos do país para a defesa de seus direitos na capital federal. Faremos inúmeros atos de protesto, conversaremos com os moradores e abordaremos parlamentares nos aeroportos e corredores do Congresso para convencê-los a não votarem contra a maioria da população. No dia 24 Brasília será ocupada para a defesa dos direitos dos trabalhadores. Se preciso for, faremos nova greve geral.           

Temer faz o serviço sujo

As reformas que Temer e seus oportunistas tentam impor são pensadas para satisfazer o lucro de quem patrocinou o golpe contra a democracia: entidades patronais como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e agentes do capital financeiro especulativo (aquele que não produz bens reais como um quilo de feijão, uma peça de roupa ou uma máquina, e vive da jogatina de bolsas de valores e corrupção).
Assim, na proposta de reforma da Previdência a maioria da população praticamente será obrigada a trabalhar a vida toda. Para os que conseguirem se aposentar os pagamentos e direitos como pensão por morte do cônjuge ou invalidez serão menores e continuarão diminuindo.
Na reforma trabalhista, que teve seu pontapé inicial com a aprovação da terceirização, os servidores e trabalhadores perdem a segurança da lei e ficam sob a chantagem dos patrões, já que valerá o acordado sobre o legislado. Concursos, cargos, carreiras, salários, jornadas, condições de trabalho, férias e demais garantias transformam-se em um tenebroso suspense para os trabalhadores.
Os servidores não permitirão que sua função de construir um Brasil democrático e plural seja trocada por uma realidade econômica e social de vale-tudo, com a incerteza e a escassez alimentando a violência que produz a barbárie e empurra o país para as trevas.


Reforma da Previdência ataca servidores

A proposta do governo golpista para a reforma da Previdência deve ser votada na Câmara em dois turnos, previstos para os dias 24 e 31 de maio. Só uma forte atuação dos servidores nas ruas e no corpo a corpo com os deputados pode fazer com que ela seja rejeitada.
Se for aprovada, a matéria segue para o Senado. A reforma atingirá em cheio os servidores públicos, já que prevê o fim das diferenças entre o Regime de Previdência dos Servidores Públicos (RPPS) e o Regime Geral da Previdência Social (RGPS).
Assim, as regras sobre idade mínima, tempo de contribuição, cálculo do benefício das aposentadorias, pensão por morte e etc podem passar a ser aplicadas também a todos os servidores públicos. É o fim da integralidade (receber aposentadoria em valor igual à remuneração da ativa) e da paridade (reajuste da aposentadoria igual ao salário de quem está na ativa). O teto de aposentadoria de servidores também passaria a ser o teto do INSS.
Com a reforma, passa a existir uma única modalidade de aposentadoria voluntária, que exigirá os requisitos de 65 anos de idade, 25 anos de contribuição, 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo efetivo, tanto para o homem como para a mulher. Como no RGPS, a transição para os atuais segurados será aplicada a servidores com idade igual ou superior a 50 anos (homens) ou 45 anos (mulheres).
Veja nos quadros abaixo como ficam essa transição e outros pontos da reforma da Previdência aplicados ao servidor:

  
Regras de Transição aplicadas aos servidores públicos
O segurado que, na data da promulgação da emenda, comprovar 20 anos de efetivo exercício no Serviço Público e tiver idade igual ou superior a 45, se mulher, ou 50 anos de idade, se homem, será “beneficiado” pela regra de transição e poderá se aposentar aos 60 anos de idade, se homem, ou 55 se mulher, desde que cumpra o pedágio de 50% sobre o tempo que faltava para completar o tempo de contribuição na data da promulgação da emenda.

O servidor que ingressou em cargo efetivo no Serviço Público até 16 de dezembro de 1998 e que tenha mais de 50 anos e 35 anos de contribuição, no caso do homem, ou mais 45 de idade e 30 de contribuição, no caso da mulher, poderá optar pela redução da idade mínima em um dia para cada dia de contribuição que exceder ao tempo de contribuição.


Aposentadoria especial do servidor público
Extingue as aposentadorias especiais para servidores sujeitos à atividade de risco. As aposentadorias especiais ficam limitadas às pessoas com deficiência ou cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde. Elas serão concedidas com redução do requisito da idade em no máximo dez e no mínimo cinco anos, observadas as demais exigências quanto ao tempo de contribuição. 

Aposentadoria por invalidez
Só será concedida com proventos integrais quando decorrer exclusivamente de acidente de trabalho. Portanto, ficam de fora todas as demais situações, incluindo as de doenças graves, que passarão a dar direito à aposentadoria com proventos proporcionais, na mesma regra de cálculo (51% da média de todas as remunerações somando 1% para cada ano de contribuição do trabalhador/servidor público). Na prática, portanto, para se aposentar com 100% da média das remunerações, o servidor público terá que ter trabalhado por 40 anos antes de ficar inválido.

Pensões
O valor das pensões vai diminuir. Se o servidor público estiver aposentado quando do falecimento, a pensão será de 50% sobre os proventos, acrescidos de 10% por dependente (até o limite de 100%). Ou seja, se você for o(a) único(a) dependente, a pensão equivalerá a 60% dos proventos do falecido.
Se o servidor público estiver na ativa quando do falecimento, será calculado o valor que ele receberia caso fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito. Sobre tal valor, será calculada a sua pensão, equivalente a 50%, acrescidos de 10% por dependente (até o limite de 100%). Ou seja, se você for o(a) único(a) dependente, a pensão equivalerá a 60% dos proventos que forem calculados para o falecido.
Atualmente, no caso dos servidores públicos, a pensão por morte equivale a 100% dos proventos de aposentadoria (ou, caso o falecido não fosse aposentado, a 100% da remuneração que recebia) até o limite do teto do RGPS, acrescida de 70% do que ultrapassar tal limite.

Alíquota de contribuição para a Previdência
O governo pretende elevar de 11% para 14% a alíquota de contribuição dos funcionários públicos federais — que funciona como piso para os regimes próprios estaduais, a pedido dos governadores.


Base unida para a vitória do ‘NÃO’ na votação

Os servidores estão prontos para a reforma da Previdência não ser aprovada na Câmara dos Deputados, em votação nos dias 24 e 31 de maio. A grande mobilização dos servidores será vista no Congresso e gramados de Brasília, mas é feita no dia a dia do sindicato e das bases.
O Sintrasef luta intensamente contra o retrocesso que o golpe colocou na vida dos servidores e trabalhadores em geral. Desde que as propostas da reforma da educação, saúde, Previdência e trabalhista escancararam o objetivo do governo Temer de fazer da população um exército de mão de obra barata e desqualificada, fazendo o Brasil voltar ao infeliz papel de colônia exportadora de recursos naturais, o sindicato une os servidores para o contrataque que fará os trabalhadores retomarem o papel ativo de construção de um país múltiplo, com as diversas riquezas distribuídas para a maioria da população.
  
Servidores e Dieese desmascaram a farsa da reforma da Previdência

No dia 21 de março muitos servidores e trabalhadores de outras categorias lotaram o auditório do sindicato para a palestra “Reforma da Previdência: Reformar ou Excluir”. A explicação dos principais pontos da proposta foi feito por Jéssica Name, cientista política e supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que após a palestra tirou as dúvidas dos servidores.
Para Jéssica, uma das questões que mais mexem com os servidores é que a proposta de reforma da Previdência desconsidera as grandes diferenças que existem entre os diversos grupos de servidores públicos, e as regras de transição não estão claras. “O valor da remuneração ainda pode ser afetado, principalmente para aqueles que entraram depois de 2003, que foi a última reforma que garantiu uma transição contemplando pessoas que já tinham algum tempo de serviço público. E é importante lembrar que houve um aumento muito grande no número de servidores que entraram entre 2003 e 2017, então você tem essa grande massa de trabalhadores que será afetada”, disse ela.
Outro ponto bastante debatido durante a palestra foi a intenção do governo fazer os servidores mudarem para os planos de previdência privada, que em maioria estão nas mãos dos bancos que apoiaram o golpe. A técnica do Dieese enxerga riscos na previdência privada, já que é uma contribuição que é feita hoje e terá uma remuneração nos próximos anos a partir de investimentos que esses planos farão. Segundo Jéssica, “o problema é que de hoje até esse futuro chegar muita coisa acontece, e a rentabilidade de qualquer que seja esse investimento depende muito da própria dinâmica econômica do país”.

Curso de formação dia 10 de junho, em Nova Iguaçu. Inscreva-se!

O golpe em curso atropela os servidores públicos e ameaça o futuro do país. Mais do que nunca é hora de se formar para atuar na preservação da democracia e de nossos direitos. O Sintrasef convida filiados, militantes, representantes de núcleos de base e diretores para participarem do curso de Formação Sindical na delegacia do sindicato em Nova Iguaçú (Travessa Quaresma, 133 – Centro – Nova Iguaçú) no dia 10 de junho, das 9h às 17h.
O curso será ministrado pelo professor e assessor sindical Helder Molina e focará Gestão, Administração e Prática Sindical.  As inscrições podem ser feitas pelo telefone 2272-4200 ou na delegacia sindical de Nova Iguaçú.

Cine Sintrasef toda a segunda quinta-feira do mês

A Secretaria de Formação Política do Sintrasef estreou no dia 11 de maio o Cine Sintrasef com a exibição dos filmes “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, e “História da Revolução Cubana”, de Adolfo Marino. O Cine Sintrasef acontecerá toda segunda quinta-feira do mês, às 17h, com exibições de filmes, documentários e vídeos seguidos de debates.
A ideia é trazer palestrantes, cineastas, universitários, secundaristas e diferentes vertentes políticas para debater ideologias, o país e o mundo. “A gente vai criar aqui um núcleo, uma entidade que futuramente será uma instituição dentro do Sintrasef, que pode ser até um instituto de cinema. Isso aqui é para ir longe”, disse o servidor do INCA e diretor do Sintrasef, Antonio Sena.
Os próximos filmes exibidos serão “Brizola – Tempos de Luta”, de Tabajara Ruas e “O velho, a história de Luiz Carlos Prestes”, de Toni Venturi. Servidor, se você tem alguma sugestão de filmes para o Cine Sintrasef, entre em contato com os diretores Antonio Sena, Carlinhos TVE e Cezar Camelo na secretaria de Formação Política (Tel: 2272-4200). 

Terceirização reduz salário e aumenta o desemprego!

A Câmara de Deputados aprovou e Temer sancionou o PL 4302/98 para legalizar a fraude da terceirização nas relações de trabalho. O projeto permite a terceirização no setor público e vai aumentar o desemprego, reduzir salários, estimular mais contratos como Pessoa Jurídica (PJ), por fim aos concursos públicos, acabar com cargos e carreiras, e aumentar a corrupção.
O Sintrasef defende que os atuais terceirizados tenham o mesmo salário dos funcionários diretos. Mas ao contrário de melhorar a situação de quem já está terceirizado, o governo quer rebaixar o salário de todo mundo. Exigimos emprego digno para todos. Chega de discriminação aos terceirizados. Chega de terceirização!

Fim de concursos, cargos e carreiras!
Com a terceirização não será mais necessário concurso público, cargos e carreiras na administração pública, pois o terceirizado desempenhará uma função por tempo determinado, “contratado” de forma indireta. É o gradual fim da função do servidor público. 

Corrupção vai aumentar!
Os governantes vão poder contratar empresas terceirizadas para fazer o que hoje só pode ser feito pelos servidores públicos. Muitos “políticos” (com “p” minúsculo e entre aspas) ou seus “amigos” vão abrir empresas pra fornecer serviço para o governante de plantão. É aí que acontece o desvio de recursos públicos. Será a festa dos corruptos e corruptores.

Emprego temporário: fim do emprego fixo
Há projetos que estendem o período dos contratos temporários por até 9 meses. Assim, as empresas vão querer contratar só em caráter temporário. Será o fim do emprego fixo. Teremos legiões de trabalhadores temporários, sem nenhuma segurança. E com altíssima rotatividade.

Terceirização é aluguel de pessoas!
A única especialidade de uma empresa terceira é alugar pessoas pra outras empresas. Com a terceirização irrestrita em todas as atividades, as pessoas vão perder seu emprego atual e serão contratadas por firmas terceirizadas. O trabalhador contratado por uma firma terceirizada perde os direitos que estão nos acordos coletivos. Pra piorar, a terceirizada poderá quarteirizar também. Você acha que é moderno obter lucro através do aluguel de pessoas?

Pejotização: fim do 13º, férias e direitos trabalhistas!
Muitos sequer vão ser contratados por uma firma terceirizada. As pessoas vão ter de “abrir” uma empresa individual (MEI) ou ser uma Pessoa Jurídica (PJ). O trabalhador PJ não tem direito ao décimo terceiro, férias, descanso semanal remunerado e demais direitos trabalhistas.

Fim das categorias e dos sindicatos atuantes
Com a aprovação do PL 4302/98, todo mundo pode ser terceirizado ou pejotizado. Ou seja, é o fim das categorias como professores, servidores, bancários, químicos, metalúrgicos, médicos, enfermeiros etc. Isso vai aumentar a dificuldade do trabalhador se organizar pra melhorar o salário e as condições de trabalho.

Terceirização é precarização: adoece e mata!
O Brasil é recordista em acidentes e mortes no trabalho. Mais de 80% dos acidentes vitimizam trabalhadores terceirizados. Isso acontece porque essas empresas não investem em segurança, condições dignas de trabalho e treinamento.

Reforma Trabalhista retira direitos históricos

Enquanto percebe que está perdendo a batalha da Reforma da Previdência, o governo ilegítimo de Michel Temer ataca a classe trabalhadora em outra proposta de reforma, a Reforma Trabalhista, que já foi aprovada na Câmara e deve ser votada no Senado até o meio de junho.   
Conquistados com muito sangue e suor de trabalhadores, nossos direitos estão sendo caçados implacavelmente por Temer e sua base aliada no Congresso Nacional.
A proposta altera mais de 100 pontos de Consolidações das Leis do Trabalho (CLT) e coloca em risco conquistas históricas da classe trabalhadora como férias remuneradas, o abono salarial e até mesmo o Seguro-desemprego. Confira abaixo o que pode mudar com a Reforma Trabalhista:

Legislado sobre negociado
Acaba com a utilidade da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os acordos feitos entre patrão e empregado irão valer acima da lei, o que por si só já coloca em xeque a essência das leis do trabalhos. Isso faz com os trabalhadores fiquem super vulneráveis, afinal, alguém ainda acredita que existe igualdade de forças na negociação entre patrão e empregado num país em crise econômica e com 14 milhões de desempregados?

Trabalho intermitente
Essa alteração irá permitir aos patrões que paguem os trabalhadores por hora de trabalho e não por jornada fixa, como é hoje. Não haverá garantias legais para se evitar uma jornada máxima de trabalho, e nem cobrar os depósitos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Os patrões ganham uma mão-de-obra mais barata e trabalhadores ganham mais jornada de trabalho e menos direitos.

Jornada e horas extras
A carga horária será livremente negociada podendo chegar até 12 horas de trabalho. Isso evitará que os patrões tenham que reduzir seus lucros com pagamento das horas extras e colocará uma carga de trabalho completamente desumana. A quem interessa 12 horas e uma medida que praticamente acaba com as horas extras? Certamente não aos trabalhadores.

Férias
As férias remuneradas de 30 dias também passarão a depender daquele modelo de acordo onde o patrão diz como é e o trabalhador só tem a opção de aceitar ou ficar sem emprego. As férias poderão ser parceladas em até 3 vezes. Aquela tentativa do trabalhador tirar férias com seus filhos no verão será um sonho cada vez mais distante se essa reforma for aprovada.

Trabalho Parcial
O trabalho parcial será estendido para até 30 horas com até 6 horas extras por semana. Essa medida aproxima o trabalho parcial do regime atual de trabalho integral, aumentando a dedicação do trabalhador à empresa sem nenhuma garantia de aumento salarial.

Proteção ao trabalhador
A estratégia é enfraquecer o papel dos sindicatos e sua capacidade de mobilização. A proposta inclui o fim da necessidade de homologação das demissões serem feitas nos sindicatos e assim o trabalhador ficará ainda mais desprotegido.

Seguro-desemprego

O Seguro-desemprego não será mais um direito de todos. Só terão acesso a ele àqueles que garantirem o direito na negociação com o empregador. Em suma, só receberão o seguro por demissão sem justa causa àqueles que o sindicato conseguir fazer com que os patrões incluam esse direito no acordo de trabalho. Na prática, é o fim do Seguro-desemprego!
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