terça-feira, 23 de maio de 2017

Sintrasef na luta antimanicomial

O Sintrasef participou nesta quinta-feira (18/5) do Dia de Luta Antimanicomial, que pede para a Lei 10.216, da reforma psiquiátrica, ser de fato colocada em prática e os manicômios serem substituídos por uma rede de atendimento que diminua as internações e humanize o tratamento, com hospitalizações pontuais e reinserção dos pacientes na sociedade através de diferentes formas. Durante todo o dia 18, trabalhadores da Saúde, pacientes e familiares ocuparam a Cinelândia com diversas atividades para informar à população a importância do fim dos manicômios tanto para os pacientes como para a sociedade em geral.

A psicóloga Tainá Rocha, que trabalha na colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, aponta malefícios como perda de autonomia do sujeito, apagamento do cidadão, perda de direitos, afastamento familiar e abandono quando as internações pulam do episódio de emergência para a longa estadia.

Para a psicóloga, com o fim dos manicômios e o acompanhamento pontual dos pacientes, todos sairiam vencedores. “Os resultados seriam a formação de cidadãos. A garantia de direitos e lugares na sociedade. Estar de volta ao mercado de trabalho, às instituições de ensino, à convivência de lazer e cultura”, diz Taína, que aponta ainda a necessidade de um novo olhar e da boa recepção dos pacientes pela sociedade. “A loucura precisa ser discutida em praça pública, porque ela habita em cada um de nós. Ela precisa sair do estigma de doença, porque a loucura não é doença. A normalidade é algo instituído por uma ordem social que vem de cima, então a gente precisa rever isso”.

A rede de atendimento que substitui os manicômios já existe, na maioria dos casos sob responsabilidade das prefeituras. São os Centro de Atenção Psicossocial, as Residências Terapêuticas, as Unidades Básicas de Saúde e a Saúde da Família. No entanto, essa rede ao invés de ser ampliada, como prega a lei e pedem os servidores, sofre com a falta de repasses financeiros, pagamentos de funcionários, reposição de remédios e insumos para o tratamento dos pacientes.


Servidor do Ministério da Saúde e um dos diretores do Sintrasef presentes ao ato, Jorge Macedo diz que é dever dos servidores e de toda a população cobrar que a rede de atendimento se amplie e os manicômios acabem. “Os servidores e a sociedade devem estar sempre atentos para a melhoria no sistema que trata a doença psiquiátrica, pois são pessoas que precisam do apoio de todos”, afirmou.
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