O Sintrasef
participou nesta quinta-feira (18/5) do Dia de Luta Antimanicomial, que pede
para a Lei 10.216, da reforma psiquiátrica, ser de fato colocada em prática e
os manicômios serem substituídos por uma rede de atendimento que diminua as
internações e humanize o tratamento, com hospitalizações pontuais e reinserção
dos pacientes na sociedade através de diferentes formas. Durante todo o dia 18,
trabalhadores da Saúde, pacientes e familiares ocuparam a Cinelândia com diversas
atividades para informar à população a importância do fim dos manicômios tanto
para os pacientes como para a sociedade em geral.
A psicóloga
Tainá Rocha, que trabalha na colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, aponta
malefícios como perda de autonomia do sujeito, apagamento do cidadão, perda de
direitos, afastamento familiar e abandono quando as internações pulam do
episódio de emergência para a longa estadia.
Para a
psicóloga, com o fim dos manicômios e o acompanhamento pontual dos pacientes,
todos sairiam vencedores. “Os resultados seriam a formação de cidadãos. A
garantia de direitos e lugares na sociedade. Estar de volta ao mercado de
trabalho, às instituições de ensino, à convivência de lazer e cultura”, diz
Taína, que aponta ainda a necessidade de um novo olhar e da boa recepção dos
pacientes pela sociedade. “A loucura precisa ser discutida em praça pública,
porque ela habita em cada um de nós. Ela precisa sair do estigma de doença,
porque a loucura não é doença. A normalidade é algo instituído por uma ordem
social que vem de cima, então a gente precisa rever isso”.
A rede de
atendimento que substitui os manicômios já existe, na maioria dos casos sob
responsabilidade das prefeituras. São os Centro de Atenção Psicossocial, as
Residências Terapêuticas, as Unidades Básicas de Saúde e a Saúde da Família. No
entanto, essa rede ao invés de ser ampliada, como prega a lei e pedem os servidores,
sofre com a falta de repasses financeiros, pagamentos de funcionários,
reposição de remédios e insumos para o tratamento dos pacientes.
Servidor do
Ministério da Saúde e um dos diretores do Sintrasef presentes ao ato, Jorge
Macedo diz que é dever dos servidores e de toda a população cobrar que a rede
de atendimento se amplie e os manicômios acabem. “Os servidores e a sociedade
devem estar sempre atentos para a melhoria no sistema que trata a doença
psiquiátrica, pois são pessoas que precisam do apoio de todos”, afirmou.