segunda-feira, 20 de março de 2017

Senado deve analisar requerimento que pode restringir direito de greve do servidor público nesta terça-feira (21/3)

No Dia Nacional de Mobilização (15/3), dia em que milhares de trabalhadores se reuniram contra a reforma da Previdência de Temer em todo o Brasil, senadores tentaram sem sucesso aprovar com urgência o PLS 710/11, que trata do direito de greve dos servidores. Em seguida, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, agendou para esta terça-feira (21/3) o parecer do requerimento que deve analisar o projeto que pretende regulamentar, podendo restringir e até mesmo inviabilizar, o direito de greve do servidor público. Servidores devem estar atentos para que o governo não usurpe mais esse direito. Vale lembrar que servidores ainda aguardam a regulamentação do direito à negociação coletiva.

Para a iniciativa privada a lei assegura direito a greve desde que mantidos 30% dos serviços essenciais funcionando, além de existir a negociação coletiva reconhecida. A Constituição assegura o direito de greve aos servidores. Estabelecer um regulamento a esse direito sem um debate franco com representantes da categoria é lançar o servidor a uma situação de subordinação completa que não pode ser tolerada pela categoria. Nesse cenário de subordinação o servidor corre grave risco de ser obrigado a aceitar qualquer condição de trabalho sem que tenha condições de defender demandas e reivindicações legítimas.  

Entidades como a Condsef/Fenadsef reforçam que a regulamentação da negociação coletiva segue como ponto chave. Quando processos de negociação com critérios e regras asseguram avanços em diálogos entre trabalhadores e patrões, a greve perde sua razão de ser.  Portanto, nenhum trabalhador faz greve porque quer, mas quando se depara com impasses que podem ser contidos quando há um canal de negociação, hoje ainda negado aos servidores, mesmo com a ratificação da Convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) feita por um governo eleito de forma legítima.

As entidades representativas dos servidores estão atentas às movimentações no Congresso Nacional e vão denunciar junto aos trabalhadores a posição de deputados e senadores que votarem a favor de propostas absurdas e arbitrárias. O direito de greve dos servidores é legítimo e precisa ser garantido em toda sua essência. Para isso, as entidades não medirão esforços na luta em defesa de mais esta importante bandeira para servidores públicos de todas as esferas.


A Condsef/Fenadsef vai propor ações em conjunto com outras entidades representativas dos servidores para lutar contra mais essa arbitrariedade. Além de buscar assegurar o direito constitucional dos trabalhadores do setor público à greve quando assim considerarem necessário, o debate sobre negociação coletiva - direito ainda negado à categoria - deve ser estimulado. A mobilização e unidade devem ser ampliadas em torno desses temas.
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