quinta-feira, 9 de março de 2017

Mulheres às ruas contra a reforma da Previdência, pelo fim da violência contra a mulher e por melhores condições de trabalho e igualdade

Mulheres trabalhadoras, educadoras, profissionais de saúde, estudantes, negras, lésbicas e trans ocuparam às ruas em uma das marchas mais expressivas contra a reforma da Previdência, neste 8 de março, dia da greve internacional da mulher. No Rio, o ato terminou com jongo e batuque na Praça XV, expressando a luta da ancestralidade negra.   

O 8 de março é a pauta universal com mais expressividade atualmente, foram cerca de 42 países com mulheres nas ruas buscando a renovação do movimento e a conexão com as várias formas de luta. “As mudanças sempre aconteceram a partir da movimentação popular, então é isso que nós estamos atrás de novo. A juventude está vindo em peso, mas é uma continuidade das várias movimentações que já tivemos durante o período histórico”, afirmou Luciene Lacerda, psicóloga da UFRJ.

Para Luciana Boiteux, candidata a vice de Marcelo Freixo à prefeitura do Rio, a organização foi fortalecida pela marcha das mulheres contra Trump, mas acima de tudo o 8 de março também tem influência importante dos movimentos latinos americanos, especialmente o “Ni una a menos”, que fez a articulação na América Latina. “Nós, da América Latina, sofremos uma situação muito parecida, somos vítimas de um país que foi colonizado, com uma sociedade absolutamente violenta, veladora de direitos, nos quais os direitos humanos não são garantidos e nos quais os desafios para as mulheres são ainda mais graves”, disse.

As mulheres avançaram em uma construção unitária, o que vai significar um novo momento do feminismo no Brasil e no resto do mundo. Os ataques aos direitos são muitos, mas hoje a questão da violência contra a mulher, violência de gênero e a violência da corrente da criminalização do aborto estão matando mulheres todos os dias. Mas talvez, a reforma da Previdência é o que pode trazer mais danos à médio e longo prazo dessas ameaças.

O ato foi mais um dia de luta das mulheres que resistem, sobrevivem e disputam uma nova forma de fazer política. Mulheres de sindicatos, de favelas, trans, domésticas e trabalhadoras ocuparam às ruas para dizer como é a diversidade do feminismo. “Esse ato unitário nessa greve internacional é fundamental, mesmo com as nossas diferenças, paramos, marchamos, por nenhuma a menos, pelos direitos das mulheres, as vidas das mulheres negras e faveladas que estão expostas com seus filhos nas favelas, que hoje sofrem e são vítimas de todas as formas de violência importam, e se nós paramos nós produzimos, nós reivindicamos direito e nós legislamos”, declarou a vereadora Marielle Franco (PSOL).


Em prol da defesa dos direitos das mulheres e contra a política de austeridade de um governo ilegítimo todas as centrais sindicais, movimentos sociais e diversos movimentos feministas convocam toda a população para o dia 15 de março, quando ocorrerá uma grande marcha com paralisações pelo país para dizer em alto e bom som que irão barrar a reforma da Previdência.
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