quinta-feira, 16 de março de 2017

15 de março: Em defesa da aposentadoria população marcha em protesto até a Central do Brasil

Servidores públicos, trabalhadores de diversos setores, sindicatos, centrais sindicais, estudantes, movimentos sociais e a população em geral marcharam da Candelária até a Central do Brasil, no Centro do Rio, na tarde desta quarta-feira (15/3), contra a reforma da Previdência proposta pelo governo golpista de Michel Temer. No Dia Nacional de Paralisações e Mobilizações estados como Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, entre outros, também realizaram atividades.

“Essa mobilização é contra todos os pacotes de maldades que estão fazendo contra o servidor público, contra toda a população, contra nós, brasileiros. Essa mobilização é contra esse presidente, governo, ministros e toda a corja. Precisamos vir para a rua, fazer corpo a corpo, conscientizar a população porque a mídia não está divulgando e conscientizando o povo da gravidade desse momento da conjuntura”, afirmou Andreia Muniz, diretora do Sintrasef e servidora do Ministério do Transporte.
A marcha rumo à Central do Brasil foi a última parte de um dia que começou com várias paralisações, como em bancos e escolas. Para as centrais sindicais e movimentos sociais parar a produção é a melhor forma de mostrar aos grandes capitalistas que o trabalhador não irão continuar a contribuir para a sua lucratividade, uma vez que querem retirar direitos fundamentais desses trabalhadores.

A mídia comercial, liderada pelas organizações Globo, e o governo golpista de Temer seguem tentando convencer a população de que existe um déficit na Previdência. Diversos estudos provam que esse déficit não existe. Existe, sim, é o calote de grandes grupos empresariais. Integrante da União da Juventude Comunista (UJC) e do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Thayane Guimarães é uma das muitas brasileiras que sabem que o déficit é mentira. Segundo ela, em 2015, por exemplo, a Previdência teve um superávit de 11 bilhões de reais. “Não existe rombo, o que o governo quer fazer é beneficiar fundos de previdência privada, que são os rentistas e vão lucrar com a mentira de que você vai ter o seu dinheiro aumentado, vai render mais se ele ficar em um fundo de pensão privada. Então, a gente sabe que a reforma da Previdência vem para beneficiar o setor bancário, o setor financeiro em cima de um direito constitucional da população que foi conquistado com muita garra, que é o direito previdenciário”, disse Thayane.

Servidor Público

Para o servidor público, a reforma o afetará na medida em que o atira a uma condição de precarização. Os servidores só poderão se aposentar com o teto salarial se contribuírem por 49 anos. Assim, como é muito difícil atingir esses 49 anos, o servidor público se aposentará e será forçado a aderir a um fundo privado de previdência para complementar sua renda.

Um exemplo dessa situação é o diretor do Sintrasef Carlos Alberto de Oliveira, servidor da Universidade Federal Fluminense (UFF). “Eu tenho como comprovar hoje 33 anos de trabalho, mas se essa reforma passar, eu vou ter que trabalhar mais 16 anos, quer dizer, 49 anos de contribuição, e só vou sair com integral na aposentadoria aos 65 anos de idade”, diz ele.

Táticas de mobilização

As atividades adotadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais são pensadas de acordo em como alcançar diretamente a população. Por exemplo, no mês em que se comemora o dia internacional de luta das mulheres, algumas atividades são feitas para mostrar como a reforma prejudica especialmente as mulheres. Agora pretende-se igualar o tempo de aposentadoria de homens e mulheres, sem considerar as jornadas duplas, muitas vezes triplas de trabalho delas. Uma regressão em um direito que já foi conquistado.

Nas universidades, os movimentos procuram dialogar com a juventude que provavelmente trabalhará até morrer sem conseguir se aposentar, e que hoje está sem uma perspectiva de futuro. Em regiões como o Norte e Nordeste, a militância trabalha com a perspectiva de vida da população, já que 65 anos é o tempo mínimo de aposentadoria proposto pela reforma, o que ultrapassa a expectativa de vida de alguns estados.


Para Vera Macedo, diretora do Sintrasef e servidora do Comando do Exército, “essas mobilizações são de suma importância para que a gente consiga derrubar, ou sensibilizar os parlamentares que vão votar essa proposta de reforma da Previdência cruel, desumana, que assassina pessoas, assassina trabalhador, porque 49 anos de contribuição e 65 de idade é para matar. Não dá para você se aposentar, você morre antes disso”. 
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