Servidoras participaram neste domingo (30/7), em
Copacabana, da III Marcha das Mulheres Negras contra o racismo, a desigualdade
e o genocídio da população negra. A caminhada celebrou o dia 25 de julho, Dia
Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha.
Deise Gomes, do Fórum Estadual de Mulheres Negras,
destacou que um dos objetivos da marcha é chamar a atenção para a defesa da
vida das mulheres negras e seus filhos. "A proposta é marchar
reivindicando todos os direitos civis das mulheres pretas, de seus filhos, de
seus netos; direito à educação, saúde, saneamento básico. Queremos um espaço de
segurança, saber que quando nossos filhos vão pra escola não vão ser atingidos
por balas perdidas", afirmou ela.
As organizadoras estimam que cerca de cinco mil
mulheres tenham participado do protesto. Elas denunciaram que as mulheres
negras são as principais vítimas de feminicídio, de violência sexual, de
violência obstétrica, e estão em menor número nas universidades e nos espaços
de representação institucional, apesar de serem maioria.
As mulheres protestaram também contra a Ação Direta
de Inconstitucionalidade 239, de 2004, proposta pelo Democratas e em tramitação
no Supremo Tribunal Federal. A ação questiona o processo de demarcação e
titulação dos quilombos.
A quilombola Rejane Oliveira, do quilombo de Maria
Joaquina, no município de Cabo Frio, na região dos lagos fluminense, conta que
viajou mais de quatro horas para participar da marcha e alertou para a ameaça
que representa Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pelo
partido Democratas (DEM) contra o Decreto de Titulação Quilombola
(Decreto Federal 4887/03). "Estamos muito preocupadas com essa ação
que os Democratas (DEM) fizeram contra mais de 5 mil comunidades quilombolas,
e que será julgada no próximo dia 16 de agosto. A gente tá lutando contra
essa ação porque vai derrubar todos os processos abertos no Incra", disse
ela sobre a regularização de terras aonde há séculos vivem e trabalham cidadãs
negras.
A marcha contou durante todo o percurso com diversas manifestações
culturais realizadas por grupos de religiões afro-brasileiras e de música e
dança negras. (com agências)
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