segunda-feira, 31 de julho de 2017

Mulheres negras marcham em Copacabana por políticas públicas contra racismo e desigualdade

Servidoras participaram neste domingo (30/7), em Copacabana, da III Marcha das Mulheres Negras contra o racismo, a desigualdade e o genocídio da população negra. A caminhada celebrou o dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha.
Deise Gomes, do Fórum Estadual de Mulheres Negras, destacou que um dos objetivos da marcha é chamar a atenção para a defesa da vida das mulheres negras e seus filhos. "A proposta é marchar reivindicando todos os direitos civis das mulheres pretas, de seus filhos, de seus netos; direito à educação, saúde, saneamento básico. Queremos um espaço de segurança, saber que quando nossos filhos vão pra escola não vão ser atingidos por balas perdidas", afirmou ela. 
As organizadoras estimam que cerca de cinco mil mulheres tenham participado do protesto. Elas denunciaram que as mulheres negras são as principais vítimas de feminicídio, de violência sexual, de violência obstétrica, e estão em menor número nas universidades e nos espaços de representação institucional, apesar de serem maioria.
As mulheres protestaram também contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade 239, de 2004, proposta pelo Democratas e em tramitação no Supremo Tribunal Federal. A ação questiona o processo de demarcação e titulação dos quilombos.
A quilombola Rejane Oliveira, do quilombo de Maria Joaquina, no município de Cabo Frio, na região dos lagos fluminense, conta que viajou mais de quatro horas para participar da marcha e alertou para a ameaça que representa Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pelo partido Democratas (DEM) contra o Decreto de Titulação Quilombola (Decreto Federal 4887/03). "Estamos muito preocupadas com essa ação que os Democratas (DEM) fizeram contra mais de 5 mil comunidades quilombolas, e que será julgada no próximo dia 16 de agosto. A gente tá lutando contra essa ação porque vai derrubar todos os processos abertos no Incra", disse ela sobre a regularização de terras aonde há séculos vivem e trabalham cidadãs negras.
A marcha contou durante todo o percurso com diversas manifestações culturais realizadas por grupos de religiões afro-brasileiras e de música e dança negras. (com agências)

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