Neste
30 de junho, dia da greve pela manutenção e ampliação de direitos democráticos
em tempos de governo golpista e contra as reformas trabalhista e previdenciária;
servidores, trabalhadores de diversos setores, sindicatos, centrais sindicais,
estudantes, movimentos sociais e a população em geral tomaram as ruas do Centro
do Rio em passeata no final da tarde após paralisações em diferentes órgãos
durante todo o dia.
A
mobilização expressou a unidade da esquerda, que agora precisa construir uma
agenda não apenas de resistência, mas propositiva, isto é, pensar o Brasil sob
a perspectiva do trabalhador. O ato acabou com forte repressão policial, na
Central do Brasil. A reforma trabalhista deve ser colocada em votação no
plenário do Senado nesta quarta-feira (5/7).
A
servidora do Ministério da Saúde e filiada ao Sintrasef Claudia Vitalino
destacou que o dia 30 “foi um dia de luta, não foi um dia para a gente achar
que o jogo está perdido. Nossos passos vêm de longe, e não é agora com esse
governo ilegítimo que nós vamos desistir”. Andrea Matos, presidente do
Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário
(Sinpaf), afirmou que a restauração do Estado democrático de direito só irá
acontecer de duas formas: “Ou devolvem o mandato à presidenta, Dilma Rousseff,
ou aprovam a PEC das Diretas já. A PEC das diretas já seria o momento onde a
gente equalizaria as forças, e teria a oportunidade de exigir do Congresso uma
assembleia geral constituinte. Só assim, através da luta, da resistência, da
retomada dos nossos direitos é que o país vai viver dias melhores”.
Para
Edson Lima (Feijão), servidor do Ministério da Saúde e filiado ao Sintrasef, os
trabalhadores precisam ir aos plenários da Câmara e do Senado tentar impedir
qualquer movimento que estabeleça as reformas trabalhista e previdenciária. Caso
contrário, “nós vamos morrer e não vamos nos aposentar. A reforma trabalhista
retira todos os nossos direitos, que foram conquistados há mais de 90 anos, e
agora pessoas que não trabalharam querem retirar direitos daqueles que
trabalham realmente. Então por isso que nós estamos aqui, para botar o país nos
trilhos”, disse.
Diretor
do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense
(UFF) e filiado ao Sintrasef, Pedro Rosa declarou que Temer não irá passar os
próximos dias de forma tranquila. “Ele pode fazer acordo, comprar deputado, mas
efetivamente os trabalhadores continuarão lutando e acho que o dia de hoje
marca essa resistência. Nós não vamos dar sossego, assim foi em março, abril,
maio e essa greve de hoje. Em julho nós vamos ter que fazer novos dias de luta
e enfrentamento. A gente não vai poder parar”.