segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Passeata pede a criminalização de ataques religiosos

Servidores estiveram entre as cerca de 50 mil pessoas que participaram neste domingo (17/9) da 10ª Caminhada pela Liberdade Religiosa em Copacabana. A caminhada partiu do Posto Seis em direção ao Leme e contou em sua maioria com integrantes das religiões de matriz afro-brasileira, mas também com representantes das igrejas cristãs, comunidade judaica, Baha`i, paganismo, budismo, Hare krishna e outras.
Em tempos de retrocesso nas liberdades individuais pós o golpe político/parlamentar/midiático de 2016, a caminhada aconteceu poucos dias depois da divulgação de vídeos em que criminosos, supostamente cristãos, obrigam lideranças de religiões afro-brasileiras a destruírem seus terreiros em comunidades carentes do Rio.
“Essa caminhada denuncia os vários ataques contra o direito de expressão da religiosidade e culto de qualquer pessoa. Essa questão deve ser levada mais a sério pelas autoridades públicas, criminalizando-a. Infelizmente, porém, estamos vendo o contrário. Aqui também denunciamos uma publicação da prefeitura que criminaliza algumas casas de umbanda, candomblé e outras religiões afro-brasileiras”, disse Maxwel Santos, servidor do Ministério da Saúde e diretor do Sintrasef.
Segundo dados oficiais, em 2016 foram registrados 759 casos de intolerância religiosa no Estado. Infelizmente a ação do governo não passou do registro.
Um dos organizadores da caminhada, o babalaô Ivanir Santos lembrou que a primeira caminhada, há dez anos, foi feita justamente para denunciar um episódio de ameaças a terreiros localizados em comunidades controladas por traficantes evangélicos.
“Nesse período todo o que houve foi uma omissão dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Não houve nenhuma investigação para prender os responsáveis. Na manifestação de hoje há muita indignação, mas estamos pedindo paz, somos um povo de paz. Apesar de sermos agredidos nas ruas, nossas casas serem queimadas, nosso sagrado ser destruído, tudo o que pedimos é paz”, afirmou o babalaô, que na próxima sexta-feira se reunirá com o procurador geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem.

Para a pastora luterana Lusmarina Campos Aguiar, representante do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, ameaçar ou agredir outras religiões não é uma atitude cristã. “Essa não é a perspectiva de Cristo. Não é a perspectiva dos evangelhos. Jesus diz que temos que aprender a amar uns aos outros. A lei maior de Cristo é a lei do amor”, afirmou ela.
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