Servidores
estiveram entre as cerca de 50 mil pessoas que participaram neste domingo (17/9)
da 10ª Caminhada pela Liberdade Religiosa em Copacabana. A caminhada partiu do
Posto Seis em direção ao Leme e contou em sua maioria com integrantes das
religiões de matriz afro-brasileira, mas também com representantes das igrejas
cristãs, comunidade judaica, Baha`i, paganismo, budismo, Hare krishna e outras.
Em tempos de
retrocesso nas liberdades individuais pós o golpe
político/parlamentar/midiático de 2016, a caminhada aconteceu poucos dias depois
da divulgação de vídeos em que criminosos, supostamente cristãos, obrigam lideranças
de religiões afro-brasileiras a destruírem seus terreiros em comunidades carentes
do Rio.
“Essa
caminhada denuncia os vários ataques contra o direito de expressão da
religiosidade e culto de qualquer pessoa. Essa questão deve ser levada mais a
sério pelas autoridades públicas, criminalizando-a. Infelizmente, porém,
estamos vendo o contrário. Aqui também denunciamos uma publicação da prefeitura
que criminaliza algumas casas de umbanda, candomblé e outras religiões afro-brasileiras”,
disse Maxwel Santos, servidor do Ministério da Saúde e diretor do Sintrasef.
Segundo
dados oficiais, em 2016 foram registrados 759 casos de intolerância religiosa
no Estado. Infelizmente a ação do governo não passou do registro.
Um dos
organizadores da caminhada, o babalaô Ivanir Santos lembrou que a primeira
caminhada, há dez anos, foi feita justamente para denunciar um episódio de
ameaças a terreiros localizados em comunidades controladas por traficantes evangélicos.
“Nesse
período todo o que houve foi uma omissão dos poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário. Não houve nenhuma investigação para prender os responsáveis. Na
manifestação de hoje há muita indignação, mas estamos pedindo paz, somos um
povo de paz. Apesar de sermos agredidos nas ruas, nossas casas serem queimadas,
nosso sagrado ser destruído, tudo o que pedimos é paz”, afirmou o babalaô, que
na próxima sexta-feira se reunirá com o procurador geral de Justiça do Rio de
Janeiro, Eduardo Gussem.
Para a
pastora luterana Lusmarina Campos Aguiar, representante do Conselho Nacional de
Igrejas Cristãs, ameaçar ou agredir outras religiões não é uma atitude cristã. “Essa
não é a perspectiva de Cristo. Não é a perspectiva dos evangelhos. Jesus diz
que temos que aprender a amar uns aos outros. A lei maior de Cristo é a lei do
amor”, afirmou ela.
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