Servidores, deputados, movimentos socais e
sindicais, entidades de defesa da saúde, fóruns de discussão sobre saúde,
gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) se reuniram nesta segunda-feira
(18/9), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), para
tratarem de um tema de enorme importância no Estado: a saúde pública.
Organizada pela Frente Parlamentar em Defesa da
Saúde e com a participação do Conselho Nacional de Saúde e do Conselho Estadual
de Saúde do Rio, a audiência abordou uma pauta ampla. Entre os temas: o
sucateamento dos hospitais, as irregularidades e desvios identificados no
Governo do Estado, o corte de verbas por conta do teto de gastos do governo
federal, o fim das OS's (Organização Social), a revisão da Política Nacional de
Atenção Básica e o repúdio ao governo ilegítimo de Michel Temer. Ao final, uma
lista de propostas foi encaminhada. (Veja no final da matéria).
Denise Torreão, conselheira no Conselho Nacional de
Saúde, apresentou o projeto do 'Conselho Presente', uma forma de aproximar
ainda mais o controle social na saúde.
A presidenta do Conselho Estadual de Saúde do Rio,
Étila Elane, elencou alguns pontos que devem ser observados pelos conselheiros
e pelos envolvidos no SUS: a defesa da saúde familiar e mental, a defesa intransigente
do SUS, o retorno dos concursos públicos na saúde e o fortalecimento da rede de
Controle Social.
Nanci Rodrigues, conselheira do CES/RJ e
representante da Unegro, afirmou que o que acontece na Administração do Rio de
Janeiro é "crime de responsabilidade contra a população". Sugeriu
também uma "interdição da Secretaria Estadual de Saúde" devido aos
inúmeros casos de má versação dos recursos públicos e o descaso com os usuários
do SUS.
O deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ) falou
sobre a epidemia de tuberculose nos presídios brasileiros, traçando um paralelo
entre a doença e a população carcerária negra. Ele lembrou o caso de Rafael
Braga, morador de rua que foi preso politicamente durante as manifestações de
2013 e contraiu a doença na prisão. O deputado afirmou ainda que as prisões são
locais onde cada vez menos profissionais de saúde são vistos. Palmares ainda
repudiou a aprovação das contas do Estado pela Assembléia Legislativa e
classificou o conluio entre o governo estadual e federal como
"assassino".
Propostas encaminhadas
A Mesa foi presidida pela deputada estadual
Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ). Cerca de 38 propostas foram encaminhadas. Dentre
as principais, destacamos:
- O diálogo com as redes estaduais, municipais e
federais de saúde e um pacto de reestruturação do sistema;
- A finalização das obras hospitalares;
- Realização de Temas e Seminários para se discutir
exaustivamente a saúde;
- A revogação das OS's;
- Rompimento com a lógica da Lei de Responsabilidade
Fiscal na Saúde;
- Criação de 'Comitês de Crise' com movimentos
sociais,
- Projeto de Lei para se impedir indicações
políticas na gestão da Saúde;
- Marco Regulatório dos hospitais;
- Fortalecimento do Controle Social com a
participação de parlamentares;
- Criação de CPI's em todas as câmaras municipais;
- Elaboração de um documento assinado por sindicatos
e movimentos socais criticando a implementação forçada dos planos de saúde;
- Abrir mão dos planos de saúde em sindicatos;
- A elaboração de um manifesto dos deputados
estaduais contra o "governo usurpador";
- Criação de uma agenda de lutas nas ruas em defesa
da saúde;
- Realização de Audiência Pública para apurar a
falta de medicamentos no RioFarma.
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