quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Servidores repudiam a ‘cura gay’

O Sintrasef repudia a liminar concedida na última sexta-feira (15/9) pelo juiz Waldemar de Carvalho, do Distrito Federal, que torna legalmente possível que psicólogos ofereçam pseudoterapias de reversão sexual, popularmente chamadas de cura gay.
A liminar é a favor da ação judicial da psicóloga Rozangela Alves contra a resolução 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). A resolução estabelece algumas regras de atuação em relação à orientação sexual. O documento afirma, por exemplo, que os profissionais “não devem exercer qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”. Rozangela Alves é assessora do deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ), integrante da bancada evangélica.
Para Carlos Henrique, servidor do Instituto Nacional do Câncer e diretor da secretaria de Movimentos Sociais, Etnia, Gênero e Raça do Sintrasef e da Condsef/Fenadsef, a liminar é mais um dos inúmeros ataques que estão acontecendo contra as liberdades individuais no Brasil após o golpe de 2016.
“O Sintrasef, junto ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), repudia essa liminar concedida pelo juiz de Brasília. Temos outras histórias para contar e outras situações para discutir no país. Isso é uma coisa ignorante da parte desse juiz. O que está faltando em todos é amor. Ser homossexual não é opção. Quem é homossexual é homossexual e acabou. O homossexualismo não é doença, é amor! É amor assim como é o heterossexualismo, o bissexualismo”, diz ele.
O servidor vê a questão como um exemplo do retrocesso, uma volta ao passado obscuro, que o país vive em pleno século XXI. “Leis mundo afora reconhecem a questão e os direitos LGBT, e não vai ser um juizinho qualquer que vai dizer o que somos, o que não somos e para que viemos. Não estamos aqui para discutir com ninguém a forma e o jeito que tem que ser. Somos seres humanos como qualquer um e pedimos respeito!”, afirma Carlinhos, completando que o Sintrasef e diversos órgãos em todo O Brasil já estão em campo pela cassação da liminar.
Assédio
Com o atraso e o conservadorismo que o golpe imprimiu ao país incentivando atos individuais ou organizados de ataques e desrespeitos, o diretor recomenda que todos os servidores que se sintam perseguidos em seus órgão de trabalho procurem imediatamente o Sintrasef.   

 “Jamais deixaremos de lutar por essa questão de afirmação e contra os preconceitos e assédios morais. É uma questão não só LGBT, mas de todos. O Sintrasef sempre lutará contra essas atitudes que agora voltaram a ganhar força após o golpe no país. Se qualquer servidor se sentir assediado em suas liberdades individuas no seu local de trabalho, procure o sindicato”, diz Carlinhos.
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