O Sintrasef
repudia a liminar concedida na última sexta-feira (15/9) pelo juiz Waldemar de
Carvalho, do Distrito Federal, que torna legalmente possível que psicólogos
ofereçam pseudoterapias de reversão sexual, popularmente chamadas de cura gay.
A liminar é a
favor da ação judicial da psicóloga Rozangela Alves contra a resolução 01/1999
do Conselho Federal de Psicologia (CFP). A resolução estabelece algumas regras
de atuação em relação à orientação sexual. O documento afirma, por exemplo, que
os profissionais “não devem exercer qualquer ação que favoreça a patologização
de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva
tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”. Rozangela
Alves é assessora do deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ), integrante
da bancada evangélica.
Para Carlos
Henrique, servidor do Instituto Nacional do Câncer e diretor da secretaria de
Movimentos Sociais, Etnia, Gênero e Raça do Sintrasef e da Condsef/Fenadsef, a
liminar é mais um dos inúmeros ataques que estão acontecendo contra as
liberdades individuais no Brasil após o golpe de 2016.
“O
Sintrasef, junto ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros),
repudia essa liminar concedida pelo juiz de Brasília. Temos outras histórias
para contar e outras situações para discutir no país. Isso é uma coisa
ignorante da parte desse juiz. O que está faltando em todos é amor. Ser
homossexual não é opção. Quem é homossexual é homossexual e acabou. O
homossexualismo não é doença, é amor! É amor assim como é o heterossexualismo,
o bissexualismo”, diz ele.
O servidor
vê a questão como um exemplo do retrocesso, uma volta ao passado obscuro, que o
país vive em pleno século XXI. “Leis mundo afora reconhecem a questão e os
direitos LGBT, e não vai ser um juizinho qualquer que vai dizer o que somos, o
que não somos e para que viemos. Não estamos aqui para discutir com ninguém a
forma e o jeito que tem que ser. Somos seres humanos como qualquer um e pedimos
respeito!”, afirma Carlinhos, completando que o Sintrasef e diversos órgãos em
todo O Brasil já estão em campo pela cassação da liminar.
Assédio
Com o atraso
e o conservadorismo que o golpe imprimiu ao país incentivando atos individuais
ou organizados de ataques e desrespeitos, o diretor recomenda que todos os
servidores que se sintam perseguidos em seus órgão de trabalho procurem
imediatamente o Sintrasef.
“Jamais deixaremos de lutar por essa questão
de afirmação e contra os preconceitos e assédios morais. É uma questão não só
LGBT, mas de todos. O Sintrasef sempre lutará contra essas atitudes que agora
voltaram a ganhar força após o golpe no país. Se qualquer servidor se sentir
assediado em suas liberdades individuas no seu local de trabalho, procure o
sindicato”, diz Carlinhos.
0 comentários:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.