Nesta quarta-feira (31/5), Dia
Mundial sem Tabaco, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer José
Alencar Gomes da Silva (INCA) lançaram o estudo “O Tabagismo no Brasil: morte,
doença e política de preços impostos”. Em 10 anos, o número de adultos que
fumam diminuiu 35% no país, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2016.
De acordo com a consultora médica
do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, em 2011 o Brasil era o país com menores
preços de cigarro no mundo, e com o aumento do preço o consumo reduziu, uma vez
que a população que mais fuma é a população de classe econômica baixa. “Nós
estabelecemos uma política de preço que veio até 2016. A partir de agora o
ministro anunciou modificar o sabor do cigarro, quer dizer, tentar tirar o que
atrai, que é a coisa dele ser saboroso, e estabelecer novas medidas de controle
também do contrabando”, disse.
O ministro da Saúde Ricardo Barros
anunciou que há uma proposta de aumento de 50% dos preços dos cigarros e que o
Ministério da Saúde também estuda aplicar medidas para o álcool. O médico da
Fundação do Câncer, Alfredo Scaff, alerta que o recurso dessa taxação precisa
vir para a Saúde e para as áreas que estão na linha de frente. “O que fazer com
essa taxação? Cuidar não é só assistência, é ter recurso também para prevenção
e para o controle do hábito de fumar”, afirmou.
Scaff também disse que a Adin
(Ação Direta de Inconstitucionalidade) feita pela indústria do tabaco junto ao
STF (Supremo Tribunal Federal) questiona se pode ou não ter aditivos químicos
no cigarro, que são o que fazem crianças e adolescentes iniciarem o hábito de
fumar. Ele diz que a Fundação do Câncer defende que não pode conter nenhum tipo
de aditivo químico no cigarro. Ele informou que “essa Adin será julgada agora,
se não me engano no dia 21 de junho. Se o STF permitir que a indústria continue
colocando aditivos químicos no cigarro, continuará estimulando os jovens, então
a gente defende que tenham bom senso e capacidade de proibirmos o uso dos
aditivos definitivamente no cigarro”.
Presente a palestra, o diretor do
Sintrasef e servidor do INCA Antonio Sena afirmou que o sindicato brevemente
receberá a visita dos responsáveis pela campanha no instituto. “Vamos levar
eles lá no Sintrasef para falar sobre a campanha e possivelmente levaremos
também o Conselho Estadual do Idoso, pois pela média de idade, a categoria dos
funcionários públicos federais é atingida pela questão do tabaco. É uma geração
que consumiu cigarro demais e o câncer pode aparecer”, disse ele.